terça-feira, setembro 13, 2022

No mês do Setembro Amarelo, psicólogo do SESI Saúde alerta sobre a importância de cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes


D

iferentemente do que muitos podem pensar, o transtorno mental infantil é mais comum do que se imagina. Isso porque, de acordo com a UNIFEC, metade dos transtornos mentais são desenvolvidos antes dos 15 anos. Sintomas como tristeza, ansiedade, mudanças no humor, na alimentação e baixa autoestima podem ser indicativos de que algo não vai bem. Por isso, o mês do Setembro Amarelo, campanha que volta as atenções para a prevenção ao suicídio, também deve servir como um alerta para a saúde mental de crianças e jovens.

“Casos de tentativa de suicídio a partir dos 10 anos de idade cresceram bastante. São vários os fatores, inclusive genéticos, mas muitos acontecem por motivos como o bullying, porque crianças e adolescentes tentam se adequar aos padrões sociais ou por questões de adoecimentos psíquico, como ansiedade e depressão. Nesses últimos casos, se ignorados pela família, o jovem acaba não tendo acesso a ajuda de um especialista e pode vir a cometer alguma tentativa em momento extremo”, afirma o psicólogo da Clínica SESI Saúde, Ítalo Porto, complementando que cerca de 90% de tentativas de suicídio poderiam ser evitadas.

Além dos fatores genéticos, o psicólogo elenca alguns outros fatores que podem desenvolver transtornos mentais em crianças e adolescentes, como o acesso cada vez mais cedo ao consumo de álcool e às telas. “Os jovens acessam redes sociais e sites e acabam se relacionando com pessoas que estão na mesma situação e que, porventura, podem acabar ensinando como cometer suicídio, por exemplo. Além disso, é preciso estar atento a desenhos animados que se caracterizam como algo infantil, mas podem ser inapropriados”, aconselha.

Entre os sintomas que podem ser identificados, o psicólogo destaca mudança de humor, mudança na alimentação - seja para comer mais ou menos -, isolamento social, agressividade ou passividade ao extremo, perda de interesse por atividades que sempre foram prazerosas e afastamento emocional de pessoas próximas. “Mas o principal é o que a criança ou adolescente vem comunicando diretamente, a começar por um simples “estou triste porque meu colega não quis brincar comigo”. Nesses casos, se um adulto diz “isso é besteira”, ele está deslegitimando o sentimento da criança ou do adolescente, que se sente desamparado”, alerta.

Por isso, para cuidar do quadro de transtorno mental, o especialista sugere que a primeira coisa a ser feita seja se aproximar da criança ou do adolescente e não ignorar os sentimentos deles. “A primeira coisa é não deslegitimar o que o jovem está sentindo. E, identificando os sintomas, encaminhar para um profissional da área, como psicólogo ou psiquiatra, sem tentar medicar a criança sozinho”, adverte, complementando que exercícios físicos e atividades prazerosas que envolvam pessoas com quem elas possam trocar experiências reais também podem ajudar.

  

Postar um comentário

Blog do Paixão

Whatsapp Button works on Mobile Device only

Start typing and press Enter to search